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Breve Apresentação

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         Sou psicólogo, com ênfase no campo institucional e clínico, e psicanalista em formação.  Atuo na clínica há 15 anos, seja de forma autônoma ou institucional. Nas instituições tive o privilégio de trabalhar com equipes multiprofissionais, ampliando meus conceitos e práticas interventivas, bem como o aconselhamento e direcionamento dentro do campo da saúde mental. A instituição onde dediquei a maior parte da minha vida profissional foi na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que a contrassenso não só das necessidades institucionais e das expectativas e ferramentas cedidas pelas minhas fontes de estudo clínico, encontrei espaço e condições para desenvolver minha prática clínica, uma clínica que se mostrou diferente de tudo que havia lido, praticado ou visto praticar, até então, uma clínica criativa e multiprofissional, onde o processo terapêutico era definitivamente parte complementar de um trabalho global para o desenvolvimento da pessoa com deficiência. Tive a o

Reflexões Clínicas: sobre a escuta, o acolhimento e o desenvolvimento

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  Ouvir, escutar, prestar atenção...  De maneira global, absorvemos as informações de inúmeras formas, porém usamos o corpo inteiro para isso. O corpo como um todo é capaz de absorver as informações que chegam através dos estímulos presentes no ambiente. Sem percebermos, como de maneira automatizada, vamos capturando e assimilando uma série de informações sem a necessidade de acessar a consciência sobre cada estímulo,  resolvemos de forma automática, como se houvesse uma programação para como responder ou resolver determinados elementos existentes em uma natureza que se está acostumado a percorrer ou habitar. Existe sim, de uma maneira peculiar porém determinante, uma inteligência em nosso corpo, capaz de resolver uma infinidade de pequenas questões da natureza cotidiana e dinâmica da realidade, sem precisar pensar (ou pensar muito) sobre isso. O que confirma que há uma organização interna, que só pode ser explicada pela história daquele corpo no dinamismo social e pessoal, quando este

Reflexões Clínicas: sobre o início de uma construção clínica, a escuta e sua formalização.

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Mais do que um espaço físico, a clínica sempre se tratou de um espaço virtual. Por todas as clínicas que passei, se o espaço virtual não conseguisse ser estruturado, o espaço físico não garantia absolutamente nada. Mas do que se trata um espaço virtual? Ele não é mérito de uma análise ou terapia, ele é mérito da vida e da nossa capacidade de nos relacionar, de fazermos trocas.  A criação de um espaço virtual, de uma situação capaz de favorecer a relação falante e ouvinte, destaca do meio social ou do meio de uma interação social, esses dois sujeitos que passam a se comunicar independente do que esteja acontecendo ao seu redor, como se se fechasse uma parede onde apenas aqueles dois sujeitos existem dentro daquilo que passaram a trocar de forma intensa e entusiasta, por isso é como se formasse um espaço virtual, independente de paredes físicas, opera ali o desejo daquela troca, apesar das demais interações exteriores àquela que emergiu ali. O campo de escuta se trata justamente de se em

Reflexões Clínicas: os primeiros passos e as impressões dessa construção.

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Nunca tive tanto cuidado com alguma coisa como tive com a clínica. A princípio eu dava pra ela significantes "místicos", e naquele tempo a mística para mim era algo que beirava o sagrado, ao mesmo tempo uma enorme responsabilidade sobre assumir um lugar como que de mestre, como que de sábio.  Fiquei entusiasmado ao constatar que meu melhor acerto havia sido entender que é um lugar de enorme responsabilidade, por ser um lugar onde aceitamos acolher  e compartilhar, através da escuta,  uma história, na medida em que se constrói uma nova, vinda dessa relação analista e analisando. É preciso respeitar muito a confiança de alguém que se propõe a dividir sua história e permitir que você faça intromissões, que é nossa maneira de intervir dentro de um campo ético onde se constrói um laço de confiança e se formaliza um trabalho. A trajetória até sentir-se habilitado a ocupar o lugar do analista ou do terapeuta não é tão simples como aparenta.  é necessário a formalização dos processos